A
Igreja reserva dois dias para festejar o pai
adotivo de Jesus Cristo.
No dia 19 de março a Igreja celebra a solenidade
de São José, esposo de Maria e patrono da Igreja. No Evangelho de Mateus é José
quem recebe, em sonhos, o anúncio do nascimento do Messias; é ele quem dá o
nome e, portanto, a legalidade da filiação Davídica a Jesus; é ele quem leva o
Menino e sua mãe na fuga para o Egito e os traz de volta para estabilizar-se em
Nazaré.
No
Evangelho de Lucas , por sua descendência Davídica ele deve registrar-se em
Belém, onde sua esposa Maria dá à luz o Menino Jesus em uma manjedoura; ele e
Maria levam o Menino para ser apresentado no Templo de Jerusalém; mais tarde,
quando o Menino tinha doze anos, ao reencontrá-lo no Templo entre os doutores,
recebem a revelação de que seu filho deve ocupar-se das coisas do Pai celeste.
Graças à descendência de José, Jesus é o novo Davi, o verdadeiro Rei de Israel,
o Messias prometido.
Especialmente
a partir da Idade Média, São José está presente na liturgia, na arte, na
literatura, na devoção popular; ele dá seu nome a cidades, congregações
religiosas, colégios, instituições; muitas pessoas - como o atual papa - se
orgulham de trazer seu nome, que significa: “Deus dê aumento”.
O papa Leão XIII
(1878-1903) publicou uma encíclica sobre o seu culto.
No centenário dessa
encíclica, em 1989, João Paulo II publicou a exortação apostólica Redemptoris
Custos, sobre a figura e a missão de São José na vida de Cristo e da Igreja.
Depois de apresentar São José como o guarda, custódio e protetor de Jesus Cristo,
o papa o trata também como protetor da Igreja de Cristo.
PROTETOR DA IGREJA
Leão
XIII justifica o patrocínio de São José sobre a Igreja, escrevendo que aquele
que outrora socorria a santa família de Nazaré, em todo e qualquer
acontecimento, também agora cobre e defende com seu celeste patrocínio a Igreja
de Cristo.
E o papa João Paulo II acrescenta: "Esse patrocínio deve ser
invocado e continua sempre a ser necessário à Igreja, não apenas para
defendê-la dos perigos, que continuamente se levantam, mas também e, sobretudo,
para confortá-la no seu renovado empenho de evangelização do mundo e de levar
adiante a nova evangelização dos países e nações onde a religião e a vida
cristã foram antes tão prósperas, mas se encontram hoje submetidas a dura
provação".
São
José é patrono da Igreja também porque é exemplo de oração, de escuta da
Palavra de Deus, de obediência à vontade salvífica do Pai, de colaboração para
a realização dos planos divinos sobre a humanidade, de defesa dos valores
familiares.
PERSONIFICAÇÃO DE DEUS-PAI
Em
seu livro São José, personificação do Pai, Leonardo Boff intui que a família de
Nazaré é na terra um sacramento da família divina trinitária do céu. O menino-
homem Jesus de Nazaré é a encarnação do Filho eterno de Deus; Maria é o templo
e a imagem do Espírito Santo; José de Nazaré é a personificação de Deus-Pai.
José é o homem do silêncio, do qual a Bíblia não anotou nenhuma palavra, é o
homem justo que na sombra e na simplicidade realiza a obra de Deus. Ele é a
corporificação, a personificação de Deus-Pai. Ele manifesta para os cristãos a
presença misteriosa do Pai celeste.
Assim,
no silêncio diante dos mistérios da vida, no cuidado do filho e da esposa, no
ocultamento do trabalho cotidiano, na simplicidade e invisibilidade da
existência fiel, na santidade das relações familiares e profissionais, José de
Nazaré revela o mistério profundo da presença de Deus Pai.
By Mauro do Coral
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