quinta-feira, 10 de maio de 2012

O PAPA E OS JUDEUS

Nesta quinta-feira, 10 de Maio de 2012, o Papa Bento XVI terá um encontro considerado ‘histórico’. Pela primeira vez receberá, em audiência particular, uma delegação de líderes judeus latino-americanos. A intenção é aprofundar o trabalho conjunto em prol da paz e da inclusão. 
Na América Latina, maior continente católico, a relação da Igreja com as comunidades judaicas é vista como um exemplo. A delegação será encabeçada pelo brasileiro Jack Terpins, presidente do Congresso Judaico Latino-Americano e inclui membros do executivo do Congresso e os presidentes das comunidades judaicas da região. O Brasil estará representado pelo presidente da Confederação Israelita do Brasil, Claudio Lottenberg.
O Congresso Judaico Latino-Americano é a organização que reúne e representa as comunidades da América Latina, atuando como seu braço diplomático frente aos governos e aos organismos internacionais.
A delegação entregará ao Pontífice uma edição especial do livro editado em conjunto com o Conselho Episcopal Latino-americano, em que se faz uma retrospectiva das relações entre judeus e católicos nos últimos 40 anos. 



Em sua mensagem ao rabino-chefe de Roma pelo ano novo judaico Cidade do  Vaticano, quinta-feira, 29 de setembro de 2011  Em sua tradicional mensagem de felicitação aos judeus pelo ano novo, o Papa pediu que “Deus, em sua bondade, proteja a comunidade judaica e nos conceda aprofundar na amizade entre nós”. 
Santa Sé divulgou, o telegrama de felicitação e amizade que Bento XVI enviou ao 
rabino-chefe da comunidade judaica de Roma, Riccardo Di Segni, por ocasião da comemoração do Rosh Hashaná 5772, do Yom Kippur e do Sucot. 
Em sua mensagem, o Papa desejou que “cresça em todos nós a vontade de promover a justiça e a paz, em um mundo que precisa tanto de autênticos testemunhos da verdade”.
Também transmitiu a Di Segni e a toda a comunidade judaica de Roma suas “mais cordiais e sinceras felicitações”.
E expressou seu desejo de que “estas festas tão significativas possam ser ocasião de muitas bênçãos do Eterno e fonte de infinita graça”. 
O Rosh Hashaná (Ano Novo), além de ser o início do novo ano judaico, é também o primeiro dos dez dias de arrependimento e introspecção, que terminam com o Yom Kippur (Dia do Perdão)

A responsabilidade de judeus e católicos

No dia 17 de Janeiro a Igreja na Itália celebrou, como nos anos passados, o «Dia do Judaísmo», que ofereceu uma oportunidade particular para recordar as raízes judaicas da fé cristã, olhar com gratidão para o diálogo sistemático que decorre com o judaísmo desde o Concílio Vaticano II e para o promover ulteriormente na situação actual através de acções concretas. 
Até agora, o «Dia do Judaísmo» é celebrado pelas Conferências episcopais da Áustria, Polónia, Países Baixos e Suíça; noutros países está-se a reflectir sobre a oportunidade de seguir este exemplo. 
O presidente da Comissão para as relações religiosas com o judaísmo, cardeal Kurt Koch, por encargo de Bento XVI, solicitou alguns países, nos quais judeus e cristãos vivem lado a lado e estão em diálogo há muito tempo, a tomar em consideração a introdução deste Dia comemorativo.
O diálogo judaico-católico teve início de modo sistemático após o Concílio Vaticano II. 
A declaração Nostra aetate, que representa o ponto de partida e o documento basilar deste diálogo, ainda hoje fornece a orientação indispensável para todos os esforços que se destinam à aproximação e reconciliação entre judeus e cristãos. A Nostra aetate foi promulgada em 28 de Outubro de 1965 na sala conciliar; desde então procurou-se pôr em prática este documento. Em 1966, o Papa Paulo VI decidiu que no âmbito do Secretariado para a promoção da unidade dos cristãos fosse instituído um departamento encarregado de programar e prosseguir o diálogo com o judaísmo. Da parte judaica, muitos apreciadores e organizadores entraram em contacto com a Santa Sé. Todavia, sendo impossível estabelecer um diálogo bilateral com cada um deles, a Santa Sé sugeriu que todas as organizações judaicas interessadas no diálogo se reunissem num organismo único que pudesse ser reconhecido como parceiro oficial. Assim, em 1970 nasceu o International Jewish Committee on Interreligious Consultations, que até agora é o parceiro oficial no diálogo judaico-católico. Por sua vez, a Santa Sé institucionalizou o diálogo através da criação da Comissão para as relações religiosas com o judaísmo no dia 22 de Outubro de 1974. 
Contudo, a primeira conferência a nível internacional entre judeus e católicos já tinha sido realizada em Paris no ano de 1971, tendo como tema o estudo dos conceitos de «Povo e País», sob o ponto de vista das tradições judaica e católica, e também a promoção dos direitos humanos e da liberdade de religião.

By Mauro do Coral

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