segunda-feira, 21 de maio de 2012

SANTA RITA DE CÁSSIA


Rita nasceu em 1381 em Roccaporena, um pequeno povoado perdido nas montanhas Seus pais, anciãos, a educaram no temor de Deus, e ela respeitou a tal ponto a autoridade paterna que abandonou o propósito de entrar no convento e aceitou unir-se em matrimônio com Paulo de Ferdinando, um jovem violento e revoltado. 
As biografias da santa nos pintam um quadro familiar muito comum: uma mulher doce, obediente, atenta a não chocar com a susceptibilidade do marido, cujas maldades ela conhece e sofre e reza em silêncio.
Sua bondade logrou finalmente transformar o coração de Paulo, que mudou de vida e de costumes, porém, sem fazer esquecer os antigos rancores dos inimigos que se havia buscado. Uma noite foi encontrado morto à beira do caminho. Os dois filhos, já jovens, juraram vingar a morte do pai. Quando Rita se deu conta da inutilidade de seus esforços para convencê-los de que desistissem de seus propósitos, teve a valentia de pedir a Deus que os levasse, antes que manchassem suas vidas com um homicídio. Sua oração, humanamente incompreensível, foi ouvida. E sem esposo e sem filhos, Rita foi pedir sua entrada no convento das agostinianas de Cássia. Porém, seu pedido foi negado.
Voltou ao seu lugar deserto e rezou intensamente a seus três santos protetores, São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolas de Tolentino, e uma noite sucedeu o prodígio. 
Se lhe apareceram os três santos, lhe disseram que os seguisse, chegaram ao convento, abriram as portas e levaram a metade do coro, onde as religiosas estavam rezando as orações da manhã. Assim, Rita pôde vestir o hábito das agostinianas, realizando o antigo desejo de entrega total a Deus. Se dedicou à penitência, à oração e ao amor de Cristo crucificado, que a associou ainda visivelmente a sua paixão, cravando-lhe na fronte uma espinha. Este estigma milagroso, recebido durante um êxtase, marcou o rosto com um dolorosíssima chaga purulenta até sua morte, isto é, durante quatorze anos. 
A fama de sua santidade passou os limites de Cássia. As orações de Rita obtiveram prodigiosas curas e conversões. 
Para ela não pediu senão carregar sobre si as dores do próximo. Morreu no mosteiro de Cássia em 1457. Pouco antes de morrer e de firmar seu testamento verbal às Irmãs do convento, veio visitá-la uma sua parenta; a Santa agradeceu-lhe a visita e, ao se despedir pediu:
Vá à horta que fica perto de tua casa, por amor de Jesus, e traga-me uma rosa.
Como os campos encontravam-se cobertos pela neve e a vegetação inexistente, sua parenta imaginou que a Santa delirasse, porém, acatou o que ela pedira e dirigiu-se ao local certa de que nada encontraria. Seus últimos anos foram muito difíceis, pois ela permaneceu imobilizada em seu leito por um longo tempo, prostrada por uma doença muito séria. Santa Rita partiu no dia 22 de maio de 1457, aos 76 anos. Seu corpo estava consumido por feridas, mas logo após a morte ela recuperou as cores, as chagas se cicatrizaram e um aroma perfumado emanava dela. Chegando à horta, encontrou uma linda rosa, que a levou à enferma; Rita novamente lhe pediu que retornasse e lhe trouxesse dois figos que, também foram encontrados na figueira. Esses fatos explicam a representação da imagem da Santa com rosas, figos, cachos de uvas e abelhas. A Santa Igreja, para perpetuar o milagre das rosas, aprovou a Bênção das Rosas que se realiza no dia da festa, ou no dia 22 de cada mês, para alívio dos enfermos.
Ela é beatificada em 1627 e canonizada em 1900, sob o pontificado do Papa Leão XIII.ocasião em que seu corpo foi encontrado no mesmo estado em que estava no momento de sua morte, ocorrida há mais de cento e cinqüenta anos. 
Seu corpo, desde 18 de maio de 1947, repousa no Santuário, numa urna de prata e cristal fabricada em 1930. As vestes que lhe serviam de mortalha estão tão perfeitas como no dia em que a envolveram.. Atualmente, os visitantes podem sentir um doce aroma que provém de seu corpo.
Recentes exames médicos afirmaram que sobre a testa, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático. Sua altura era de 1,57 m. 
O rosto, as mãos e os pés estão mumificados, enquanto sob o hábito da religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto.

By Mauro do Coral



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