Nos domingos e outras solenidades, bem como em dias festivos,
cantamos no início da missa um antiqüíssimo e venerável hino chamado “Glória”.
Seu conteúdo e verdadeiro sentido não tem sido bem
compreendido entre nós. O músico e liturgista Frei Joaquim Fonseca, no seu
livrinho “Cantando a missa e o ofício divino” (Paulus 2004) nos traz uma
explicação:
“O ‘Glória’ é um hino que remonta aos primeiros séculos da era cristã.
“O ‘Glória’ é um hino que remonta aos primeiros séculos da era cristã.
Na Instrução Geral do Missal Romano, lemos que o ‘Glória’ é um ‘hino
antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja congregada no Espírito Santo
glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro... (n. 53).
Esta definição nos deixa claro que o ‘Glória’ é um hino doxológico (de louvor/glorificação) que canta a glória e Deus e do Filho.
Esta definição nos deixa claro que o ‘Glória’ é um hino doxológico (de louvor/glorificação) que canta a glória e Deus e do Filho.
Porém, o Filho se mantém no centro do louvor, da aclamação e
da súplica. Movida pela ação do Espírito Santo, a assembléia entoa esse hino,
que tem sua origem naquele canto dos anjos que ressoou pela primeira vez nos
ouvidos dos pastores de Belém, na noite do nascimento de Jesus (cf. Lc 2,4).
Na sua origem, o ‘Glória’ era entoado durante o ofício da manhã.
Na sua origem, o ‘Glória’ era entoado durante o ofício da manhã.
Só bem mais tarde – por volta do século IV – é que aparece
prescrito na liturgia eucarística do Natal podendo ser entoado apenas pelo
bispo.
Esse costume se prolongou por muito tempo. Porém, no final do
século XI já há notícias do uso do ‘Glória’ em todas as festas e domingos,
exceto na Quaresma. Então os presbíteros já podiam entoá-lo.
O ‘Glória’ pode ser dividido em três partes:
a) O canto dos anjos na noite do nascimento de Cristo:
O ‘Glória’ pode ser dividido em três partes:
a) O canto dos anjos na noite do nascimento de Cristo:
‘Glória a Deus nas
alturas e paz na terra aos homens por ele amados’;
b) Os louvores a Deus Pai: ‘Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças pro vossa imensa glória’;
c) Os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: ‘Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.
b) Os louvores a Deus Pai: ‘Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças pro vossa imensa glória’;
c) Os louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: ‘Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós.
Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós o Altíssimo
Jesus Cristo’.
O ‘Glória’ termina com um final majestoso, incluindo o Espírito Santo.
O ‘Glória’ termina com um final majestoso, incluindo o Espírito Santo.
É importante lembrar que esta inclusão não
constitui, em primeira instância, um louvor explícito à terceira pessoa da
Santíssima Trindade.
O Espírito Santo aparece relacionado com o Filho, pois é
neste que se concentram os louvores e as súplicas.
Em outras palavras: o Cristo se mantém no centro de todo o
hino.
Ele é o Kyrios, o Senhor que desde todos os tempos habita no
seio da Trindade.
Estas dicas certamente nos ajudarão a discernir na escolha do ‘hino de louvor’ mais adequado para as celebrações eucarísticas. Sabemos que em muitas de nossas igrejas há o costume de executar, no lugar do verdadeiro ‘Glória’ pequenas aclamações trinitárias, ou seja, simples aclamações dirigidas ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Pudemos ver que o ‘Glória’ é bem mais do que isso: nele está contido o louvor, a aclamação e a súplica.
Estas dicas certamente nos ajudarão a discernir na escolha do ‘hino de louvor’ mais adequado para as celebrações eucarísticas. Sabemos que em muitas de nossas igrejas há o costume de executar, no lugar do verdadeiro ‘Glória’ pequenas aclamações trinitárias, ou seja, simples aclamações dirigidas ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Pudemos ver que o ‘Glória’ é bem mais do que isso: nele está contido o louvor, a aclamação e a súplica.
E mais: a pessoa de Jesus Cristo aparece no centro desta
grande doxologia” (p. 19-29).
By Mauro do Coral
Nenhum comentário:
Postar um comentário